carrega-se sempre na mesma, que remédio: há uma justiça para ricos e outra para pobres.
Desgraçado de quem cometer um crime e não tiver bons advogados que distorçam a lei a seu favor. Se houver, tudo se perdoa. Amarra-se o juiz à forma e faz-se cara de pau.
Desgraçado de quem confessa e é pobre. Depois da porrada que a Judiciária não hesitará em lhe dar, vai em prisão preventiva, recebe o "severo rigor da lei" pela boca de um magistrado que finge acreditar no que diz, antes de ser atirado para o meio da selva, entre portas blindadas, onde mais porrada, violações de toda a espécie e necessidade de sobrevivência o ensinarão a prevaricar melhor no futuro.
Os bancos a mesma coisa. Para algum lado teriam de ir as comissões exorbitantes que nos cobram por reterem e usarem o nosso dinheiro. No caso do BCP, afinal, ainda sobrava muito do que se envia para o Vaticano e para financiar as actividades da Opus Dei. Não sabíamos era ser assim tanto.
Ao contrário do que afirmou hoje Mário Soares, não aumentaram significativamente as diferenças sociais nos últimos tempos. O que a crise trouxe foi a revelação dessas diferenças. Enquanto os pobres andavam enganados a endividar-se com cartões de crédito não olhavam para os que passavam no céu, de jacto privado. Agora olham. E cai o Carmo e a Trindade. Mas eles já andavam por cá...

1 comentário:
Mais um texto simples e claro, daquilo a que muitos fecham os olhos para não verem.
Elucidativo da realidade ou, se não, pelo menos da opinião quase generalizada.
BS
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